quinta-feira, 21 de abril de 2016

Formação de Coaching


Depressão

Depressão é uma doença muito comum em todas as sociedades. Ocorre em todas as idades. Sua incidência atinge cerca de 6% da população e cerca de 20% das pessoas irão apresentar ao menos um episódio depressivo ao longo da vida.
Não se conhece ainda todas as causas da depressão, mas pesquisas recentes sugerem que fatores biológicos e emocionais contribuem para o surgimento desta doença. Havendo esta influência genética pode-se entender porque muitas vezes esta doença é mais frequente em algumas famílias. Também experiências traumatizastes (perdas importantes, conflitos no relacionamento, dificuldades financeiras, grandes mudanças como nascimento de um filho, mudança de cidade, etc) e certos padrões de personalidade, como dificuldade de lidar com “stress”, baixa autoestima ou pessimismo exagerado sobre o futuro, podem aumentar as chances de a pessoa se tornar deprimida.
Depressão é uma doença “do corpo como um todo”, que compromete seu corpo, humor e pensamento. Ela afeta a forma como você se alimenta e dorme, como se sente em relação a si próprio e como pensa sobre as coisas. Uma doença depressiva não é um “baixo astral” passageiro. Também não é sinal de “fraqueza” ou uma condição que possa ser superada pela vontade ou com esforço. As pessoas com doença depressiva não podem simplesmente recompor-se e melhorar por conta própria, pois elas não têm força suficiente para isso. Sem tratamento, os sintomas podem durar semanas, meses ou anos. Muitas vezes, a família e os amigos, no intuito de ajudar, dizem às pessoas com depressão para esquecerem os problemas ou que não tem problema para se deprimir, que existem outras pessoas em pior situação e que não se entregam ou sugerem férias ou um passeio para o deprimido. Isto pouco ou nada adianta, pois o deprimido não tem motivação o suficiente para isto.
Partilhar e entender esta experiência de dor não é tarefa fácil e não depende só de boa vontade. Depende da condição interna para acolher até onde é possível esta angústia e encaminhar o doente que padece deste mal para tratamento adequado.
A pessoa com depressão tem dificuldade de desempenhar suas atividades normais, fazendo com que algum familiar tenha que assumir parte da tarefa ou responsabilidade, o que ajuda para que esta não dê a devida atenção ao companheiro enfermo, contribuindo para um distanciamento do casal e agravamento do problema.
A pessoa com depressão apresenta a maioria dos sintomas abaixo, ao longo de um período de semanas ou meses:
·Tristeza persistente, ansiedade ou sensação de vazio
·Sentimento de desesperança, pessimismo
·Sentimento de culpa, inutilidade, desamparo
·Perda do interesse ou prazer em passatempos e atividades anteriormente prazerosas
·Perda de interesse sexual
·Insônia, despertar matinal precoce ou sonolência excessiva
·Perda de apetite e/ou de peso ou excesso de apetite e ganho de peso
·Diminuição da energia; fadiga, sensação de desânimo
·Ideias de morte ou suicídio; tentativas de suicídio
·Inquietação, irritabilidade
·Dificuldade para concentrar-se, recordar e tomar decisões
·Sintomas físicos e persistentes que não respondem a tratamento; por exemplo: dor de cabeça, distúrbios digestivos e dor crônica
Ideias suicidas são um sintoma comum de depressão. É frequente que pessoas em estado depressivo pensem mais em morte ou achem a vida um fardo excessivo ou desejem morrer. 80% das pessoas que se suicidam estavam em um momento de crise depressiva. O maior grupo de risco de suicídio está enquadrado no quadro abaixo.
Psicossociais e clínicos
Desesperança
Raça branca
Sexo masculino
Idade avançada
Morar sozinho
Antecedentes
Tentativas anteriores de suicídio
Tentativas de suicídio na família
História de uso de drogas e álcool
Diagnósticos
Outras doenças não psiquiátricas
Psicose
Uso drogas ou álcool
Os homens suicidam-se três vezes mais frequentemente que as mulheres, uma taxa que permanece estável ao longo de todas as idades. As mulheres, por outro lado tem uma propensão quatro vezes maior do que os homens a tentar o suicídio. Muitas pessoas que se suicidam já haviam dado “avisos” a esse respeito para amigos e família. Um sinal ou aviso pode ser uma simples declaração do tipo “Quem dera estar morto”, “Não aguento mais” ou “Minha família estaria melhor sem min”. Algumas pessoas chegam a avisar para alguém sobre planos de se matar antes de fazê-lo. Se alguém lhe falar, leve a sério. Comunique imediatamente o fato a alguém que possa ajudar.
Tratamento
80 a 90% das pessoas com depressão, mesmo as formas mais graves, podem ter sucesso com tratamento adequado. A escolha do tratamento depende do resultado da avaliação pelo profissional da área. Algumas pessoas se dão bem com psicoterapia e outras com antidepressivos. Há os que reagem melhor com a combinação dos dois tratamentos: medicamentos para obter alívio relativamente rápido dos sintomas e psicoterapia para aprender maneiras mais eficazes de lidar com os problemas diários.

Ajudando-se
Os distúrbios depressivos fazem você se sentir exausto, desvalorizado, desamparado e sem esperança. Estes pensamentos e sentimentos negativos fazem com que algumas pessoas queiram desistir de tudo. É importante compreender que a visão negativa sobre si mesmo e sobre o mundo faz parte da depressão e não reflete, de forma exata, sua condição. O pensamento negativo desaparece quando o tratamento começa a surtir efeito. Neste meio termo, recomenda-se algumas atitudes:
- Não se imponha metas difíceis e nem assuma demasiadas responsabilidades
- Divida grandes tarefas em tarefas menores, estabeleça algumas prioridades e faça apenas o que puder e do modo que puder
- Não espere demais de si mesmo; isto só aumentará sua sensação de fracasso
- Procure ficar com outras pessoas; geralmente é melhor do que ficar sozinho
- Participe de atividades que possam fazer você se sentir melhor
- Você deve tentar praticar exercícios leves, ir ao cinema, a jogos ou participar de atividades sociais ou religiosas
- Não exagere ou se preocupe se o seu humor não melhorar logo. Isso às vezes pode demorar um pouco
- Não tome grandes decisões, como mudar de emprego, casar ou separar sem consultar pessoas que o conheçam bem e que possam ter uma visão mais objetiva de sua situação. Resumindo, é aconselhável adiar decisões importantes até que sua depressão tenha desaparecido
- Não espere que a depressão passe de um momento para outro, pois isso raramente ocorre. Ajude-se o quanto puder e não se culpe por não estar “100%”.
Fonte: Valicir Trebien http://portalfo.com.br/noticias/4764/depressao-por-valicir-trebien-psicologa