Educação
financeira, emancipação e empoderamento feminino
Lois
Frankel, autora do livro “Mulheres boazinha não enriquecem”, inicia seu texto
com a citação provocativa: “Do nascimento aos 18 anos, uma mulher precisa de
bons pais; dos 18 aos 35, ela precisa de boa aparência; dos 35 aos 50 precisa personalidade,
a partir dos 50, precisa de dinheiro”. Este não é um livro
sobre planejamento financeiro, mas contribui para uma reflexão sobre independência
financeira, emancipação feminina e explica o motivo pelo qual as mulheres,
presas às formas de pensar e aos comportamentos com os quais foram criadas, não
acumulam a riqueza e autonomia necessária para desfrutar a beleza da vida,
em todos os sentidos. O livro enumera os principais erros
que elas cometem inconscientemente no trabalho e na vida e por isso acabam
sabotando seus planos futuros de bem-estar. Também aborda mitos que precisam ser
abolidos como: o dinheiro não traz felicidade; dinheiro é pecado; você vai
fazer um homem se sentir impotente se ganhar mais dinheiro que ele; é pouco
feminino falar de dinheiro; trabalhe duro que o dinheiro vem; os homens são
mais espertos do que as mulheres em relação ao dinheiro, entre outros. Também aborda
a emergência de mudar a atitude para construir autonomia e independência financeira. Independentemente de como uma mulher nasceu ou com quem casa, ela mulher
precisa se preocupar em ter educação continuada e um trabalho condizente.
O tema finanças ainda hoje, com frequência,
é tratado como um tabu ou algo não feminino. Enquanto Brasil, temos uma carência
generalizada sobre educação financeira, tanto de homens como mulheres. Ao longo
da história, crenças familiares também contribuíram para as mulheres terem ainda
maior dificuldade. Mulheres com pouca consciência deste problema reproduzem comportamentos
e crenças que prejudicam seu futuro financeiro e consequentemente da sua família.
Comportamentos como atribuir apenas aos homens da família ou ao marido os
cuidados e responsabilidades das finanças pessoais e familiares; não estudar ou
buscar assessoria para o tema; acreditar que seu verdadeiro
papel gira apenas em torno das relações afetivas; não saber da sua
renda liquida e do que realmente compõe seus ganhos e gastos; não estudar e
fazer investimentos; não cuidar dos bens que possui, entre eles a si mesmo, sua
saúde e bem-estar, sendo isto, o maior bem; fazer compras por necessidades
emocionais como status ou compensações por carências e frustrações; acreditar que
outros ou o governo estará cuidando da sua aposentadoria ou de suas
necessidades financeiras futuras.
Vários estudos dentro da psicologia econômica
busca o entendimento sobre as decisões emocionais que envolvem questões
financeiras. Há inúmeros estudos que relacionam a psicologia ao endividamento,
à poupança e às decisões domésticas. A
personalidade se manifesta nas decisões financeiras impulsivas ou as decisões bem
fundamentadas, também nas características de pessoas empreendedoras ou outras
mais conservadoras.
No
livro “Psicologia Econômica” de Vera Rita de Mello Ferreira ela cita alguns
fatores psicológicos que podem ajudar as pessoas a tomarem melhores decisões
econômicas em casa, no dia a dia. Entre os fatores está “o amor”. Segundo ela,
quanto mais harmoniosa a relação entre as pessoas, melhor tendem a ser as
decisões e os resultados mais satisfatórios para o benefício mútuo ou familiar.
Harmonia nos relacionamentos, em
especial para as mulheres, não significa abrir mão da sua responsabilidade no
entendimento e nas decisões financeiras, muito pelo contrário, é tomar parte e
buscar conhecimento coerentes e condizentes com as necessidades atuais e
expectativas futuras, ter autodomínio e inteligência emocional para lidar com
as emoções e impulsos e ter disciplina para atingir seus objetivos.