Não se conhece ainda todas as causas da depressão, mas pesquisas recentes sugerem que fatores biológicos e emocionais contribuem para o surgimento desta doença. Havendo esta influência genética pode-se entender porque muitas vezes esta doença é mais frequente em algumas famílias. Também experiências traumatizastes (perdas importantes, conflitos no relacionamento, dificuldades financeiras, grandes mudanças como nascimento de um filho, mudança de cidade, etc) e certos padrões de personalidade, como dificuldade de lidar com “stress”, baixa autoestima ou pessimismo exagerado sobre o futuro, podem aumentar as chances de a pessoa se tornar deprimida.
Depressão é uma doença “do corpo como um todo”, que compromete seu corpo, humor e pensamento. Ela afeta a forma como você se alimenta e dorme, como se sente em relação a si próprio e como pensa sobre as coisas. Uma doença depressiva não é um “baixo astral” passageiro. Também não é sinal de “fraqueza” ou uma condição que possa ser superada pela vontade ou com esforço. As pessoas com doença depressiva não podem simplesmente recompor-se e melhorar por conta própria, pois elas não têm força suficiente para isso. Sem tratamento, os sintomas podem durar semanas, meses ou anos. Muitas vezes, a família e os amigos, no intuito de ajudar, dizem às pessoas com depressão para esquecerem os problemas ou que não tem problema para se deprimir, que existem outras pessoas em pior situação e que não se entregam ou sugerem férias ou um passeio para o deprimido. Isto pouco ou nada adianta, pois o deprimido não tem motivação o suficiente para isto.
Partilhar e entender esta experiência de dor não é tarefa fácil e não depende só de boa vontade. Depende da condição interna para acolher até onde é possível esta angústia e encaminhar o doente que padece deste mal para tratamento adequado.
A pessoa com depressão tem dificuldade de desempenhar suas atividades normais, fazendo com que algum familiar tenha que assumir parte da tarefa ou responsabilidade, o que ajuda para que esta não dê a devida atenção ao companheiro enfermo, contribuindo para um distanciamento do casal e agravamento do problema.
A pessoa com depressão apresenta a maioria dos sintomas abaixo, ao longo de um período de semanas ou meses:
·Tristeza persistente, ansiedade ou sensação de vazio |
·Sentimento de desesperança, pessimismo |
·Sentimento de culpa, inutilidade, desamparo |
·Perda do interesse ou prazer em passatempos e atividades anteriormente prazerosas |
·Perda de interesse sexual |
·Insônia, despertar matinal precoce ou sonolência excessiva |
·Perda de apetite e/ou de peso ou excesso de apetite e ganho de peso |
·Diminuição da energia; fadiga, sensação de desânimo |
·Ideias de morte ou suicídio; tentativas de suicídio |
·Inquietação, irritabilidade |
·Dificuldade para concentrar-se, recordar e tomar decisões |
·Sintomas físicos e persistentes que não respondem a tratamento; por exemplo: dor de cabeça, distúrbios digestivos e dor crônica |
Psicossociais e clínicos |
Desesperança |
Raça branca |
Sexo masculino |
Idade avançada |
Morar sozinho |
Antecedentes |
Tentativas anteriores de suicídio |
Tentativas de suicídio na família |
História de uso de drogas e álcool |
Diagnósticos |
Outras doenças não psiquiátricas |
Psicose |
Uso drogas ou álcool |
Tratamento
80 a 90% das pessoas com depressão, mesmo as formas mais graves, podem ter sucesso com tratamento adequado. A escolha do tratamento depende do resultado da avaliação pelo profissional da área. Algumas pessoas se dão bem com psicoterapia e outras com antidepressivos. Há os que reagem melhor com a combinação dos dois tratamentos: medicamentos para obter alívio relativamente rápido dos sintomas e psicoterapia para aprender maneiras mais eficazes de lidar com os problemas diários.
Ajudando-se
Os distúrbios depressivos fazem você se sentir exausto, desvalorizado, desamparado e sem esperança. Estes pensamentos e sentimentos negativos fazem com que algumas pessoas queiram desistir de tudo. É importante compreender que a visão negativa sobre si mesmo e sobre o mundo faz parte da depressão e não reflete, de forma exata, sua condição. O pensamento negativo desaparece quando o tratamento começa a surtir efeito. Neste meio termo, recomenda-se algumas atitudes:
- Não se imponha metas difíceis e nem assuma demasiadas responsabilidades
- Divida grandes tarefas em tarefas menores, estabeleça algumas prioridades e faça apenas o que puder e do modo que puder
- Não espere demais de si mesmo; isto só aumentará sua sensação de fracasso
- Procure ficar com outras pessoas; geralmente é melhor do que ficar sozinho
- Participe de atividades que possam fazer você se sentir melhor
- Você deve tentar praticar exercícios leves, ir ao cinema, a jogos ou participar de atividades sociais ou religiosas
- Não exagere ou se preocupe se o seu humor não melhorar logo. Isso às vezes pode demorar um pouco
- Não tome grandes decisões, como mudar de emprego, casar ou separar sem consultar pessoas que o conheçam bem e que possam ter uma visão mais objetiva de sua situação. Resumindo, é aconselhável adiar decisões importantes até que sua depressão tenha desaparecido
- Não espere que a depressão passe de um momento para outro, pois isso raramente ocorre. Ajude-se o quanto puder e não se culpe por não estar “100%”.
Fonte: Valicir Trebien http://portalfo.com.br/noticias/4764/depressao-por-valicir-trebien-psicologa
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