domingo, 24 de setembro de 2017

Finanças e Emancipação Feminina



Educação financeira, emancipação e empoderamento feminino

            Lois Frankel, autora do livro “Mulheres boazinha não enriquecem”, inicia seu texto com a citação provocativa: “Do nascimento aos 18 anos, uma mulher precisa de bons pais; dos 18 aos 35, ela precisa de boa aparência; dos 35 aos 50 precisa personalidade, a partir dos 50, precisa de dinheiro”. Este não é um livro sobre planejamento financeiro, mas contribui para uma reflexão sobre independência financeira, emancipação feminina e explica o motivo pelo qual as mulheres, presas às formas de pensar e aos comportamentos com os quais foram criadas, não acumulam a riqueza e autonomia necessária para desfrutar a beleza da vida, em todos os sentidos. O livro enumera os principais erros que elas cometem inconscientemente no trabalho e na vida e por isso acabam sabotando seus planos futuros de bem-estar. Também aborda mitos que precisam ser abolidos como: o dinheiro não traz felicidade; dinheiro é pecado; você vai fazer um homem se sentir impotente se ganhar mais dinheiro que ele; é pouco feminino falar de dinheiro; trabalhe duro que o dinheiro vem; os homens são mais espertos do que as mulheres em relação ao dinheiro, entre outros. Também aborda a emergência de mudar a atitude para construir autonomia e independência financeira. Independentemente de como uma mulher nasceu ou com quem casa, ela mulher precisa se preocupar em ter educação continuada e um trabalho condizente.

O tema finanças ainda hoje, com frequência, é tratado como um tabu ou algo não feminino. Enquanto Brasil, temos uma carência generalizada sobre educação financeira, tanto de homens como mulheres. Ao longo da história, crenças familiares também contribuíram para as mulheres terem ainda maior dificuldade. Mulheres com pouca consciência deste problema reproduzem comportamentos e crenças que prejudicam seu futuro financeiro e consequentemente da sua família. Comportamentos como atribuir apenas aos homens da família ou ao marido os cuidados e responsabilidades das finanças pessoais e familiares; não estudar ou buscar assessoria para o tema; acreditar que seu verdadeiro papel gira apenas em torno das relações afetivas; não saber da sua renda liquida e do que realmente compõe seus ganhos e gastos; não estudar e fazer investimentos; não cuidar dos bens que possui, entre eles a si mesmo, sua saúde e bem-estar, sendo isto, o maior bem; fazer compras por necessidades emocionais como status ou compensações por carências e frustrações; acreditar que outros ou o governo estará cuidando da sua aposentadoria ou de suas necessidades financeiras futuras.

            Vários estudos dentro da psicologia econômica busca o entendimento sobre as decisões emocionais que envolvem questões financeiras. Há inúmeros estudos que relacionam a psicologia ao endividamento, à poupança e às decisões domésticas.  A personalidade se manifesta nas decisões financeiras impulsivas ou as decisões bem fundamentadas, também nas características de pessoas empreendedoras ou outras mais conservadoras.  

No livro “Psicologia Econômica” de Vera Rita de Mello Ferreira ela cita alguns fatores psicológicos que podem ajudar as pessoas a tomarem melhores decisões econômicas em casa, no dia a dia. Entre os fatores está “o amor”. Segundo ela, quanto mais harmoniosa a relação entre as pessoas, melhor tendem a ser as decisões e os resultados mais satisfatórios para o benefício mútuo ou familiar.  Harmonia nos relacionamentos, em especial para as mulheres, não significa abrir mão da sua responsabilidade no entendimento e nas decisões financeiras, muito pelo contrário, é tomar parte e buscar conhecimento coerentes e condizentes com as necessidades atuais e expectativas futuras, ter autodomínio e inteligência emocional para lidar com as emoções e impulsos e ter disciplina para atingir seus objetivos.

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