domingo, 25 de setembro de 2011

Entrevista com a psicóloga Valicir Trebien, especialista em Gestão de Pessoas, ao Jornal Folha do Oeste, sobre Jovens e o Mercado de trabalho.

O jornal Folha do Oeste veiculou uma serie de repostagens sobre os jovens e o  mercado de trabalho.
Em entrevista  concedida pela psicologa Valicir Melchiors Trebien com 20 anos de experiencia em processos de seleção e desenvolvimento de jovens e adulton no mercado de trabalho foram comentados varios aspectos decisivos para a seleção e desenvolvimento e sucesso dos profissionais.
Devido ao mercado estar cada vez mais profissionalizado e exigente, a escolha por pessoas capacitadas a ocupar tais cargos tem se tornado mais criteriosa. Na busca por estas vagas existem milhares de jovens ávidos por oportunidades. Na disputa pelas mesmas vagas, há também profissionais experientes. E na hora da seleção, um fator determinante pode ser o comportamento.
VAGAS
De acordo com a psicóloga e especialista em Recursos Humanos, Valicir Melchiors Trebien, existem diferentes situações em que uma empresa busca novos profissionais. "Normalmente, quando há vagas abertas, é devido a profissionais que saíram, ou então porque a empresa está em processo de ampliação", comenta. "Seja qual for a necessidade, se a empresa precisar repor ou ampliar o quadro de funcionários, ela vai para o mercado buscar", complementa.
ESCOLHAS
Para Valicir, essa busca, muitas vezes, ocorre por meio de currículos que a empresa recebe, por indicações diretas ou por intermédio de agências de empregos. "Os currículos numericamente elevados são os de pessoas mais jovens, que estão em início de carreira", diz. "Também existem as agências de empregos como o Sine (Sistema Nacional do Emprego) e o Ciee (Centro de Integração Empresa-Escola) aqui na nossa região, utilizados quando a busca é mais especializada. Mas o currículo é uma das formas", coloca.
Por fim, como pontua Valicir, existe a indicação. Segundo ela, as indicações podem partir da própria administração, dos funcionários ou até de agentes externos. Na opinião da profissional, comportamento e relacionamento interferem nas indicações. "Às vezes percebo que os jovens não entendem o que é network, e o que significa tudo isso", constata. "É importante que ele seja positivamente percebido. Seja nas experiências de estudante ou nas experiências profissionais. Ele precisa ter uma boa imagem como estudante ou profissional para ser visto pelo mercado", arremata.
Conforme a especialista, dentre os critérios mais relevantes no momento da escolha, está o aspecto comportamental. "Conta muito na questão da percepção desse profissional ou desse candidato, o fato de ele ter um perfil comportamental de uma pessoa motivada, comprometida, que saiba trabalhar na coletividade, que tenha vontade de fazer", aponta. "É preciso ter, eu diria, brilho nos olhos", resume. Segundo Valicir, "tudo isso é network, ou seja, uma consequência", define. "É a capacidade de trabalhar em equipe, de ser uma pessoa que consegue agregar positivamente em uma equipe. Isso gera uma visão positiva sobre o profissional.", opina.
FORMAÇÃO
No entender de Valicir, a formação não é critério decisivo para a contratação. Para ela, é o ponto de partida. "É o início, onde se estabelece uma formação mínima em tal área", reforça. "A partir de indicações e currículos, com determinado nível de necessidade de formação, é que se fazem as escolhas", esclarece.
COMPORTAMENTO
Valicir conta que, muitas vezes, quando alguém é indicado, normalmente são por impressões que a pessoa causou em outros momentos, ou em razão de ela ter chamado a atenção pelo comportamento, pela forma como se comporta. "As impressões são importantes. Só que não adianta o jovem se preocupar com a primeira impressão. É a primeira, a segunda, a terceira e assim por diante, sucessivamente. Tem que estar sempre preocupado em demonstrar a sua consistencia profissional", comenta. De acordo com ela, o comportamento levado em conta não é só o da entrevista de emprego. "É o do dia a dia. Não adianta impressionar no primeiro contato e depois não ter consistência no trabalho", completa.
Conforme a especialista, a consistência está presente no conhecimento do candidato ou do profissional. Para ela, este profissional precisa saber o que quer. "Precisa saber se o trabalho tem a ver com os interesses dele, avaliar as condições estabelecidas", frisa. "Ele tem que buscar conhecer mais a empresa que pretende trabalhar. Tem que ser franco e humilde no sentido de entender o que a empresa procura. Por fim, ter tranquilidade, estar disponível, ter vontade e reconhecer as limitações da empresa e de si mesmo", detalha. Para ela, outra característica considerada é o comportamento em relação ao antigo emprego. "É necessário ética e respeito em relação ao trabalho ou experiências anteriores. Falar mal do emprego anterior, jamais. Pega muito mal", conclui.
Na avaliação de Valicir, o comportamento fora da empresa também serve de parâmetro. Para ela, é na postura fora do trabalho que começam a surgir as referências para posteriores indicações. "Quem é que vai colocar o seu nome em jogo para indicar alguém que se porta inadequadamente fora do trabalho, que fica fazendo arruaça, ou brigando na escola, no jogo de futebol, nas ruas, etc?", indaga. Na visão da profissional, as chances de contratação desse jovem são bem inferiores. "Então, é ele mesmo quem se prejudica", finaliza. 
Folha do Oeste
Aspectos comportamentais são parâmetros decisivos no momento da contratação

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